"Aquele que pacientemente espera
a seu tempo será recompensado,
agora a espera chegou ao fim,
estende os teus
ouvidos para uma lenda:
- RAMMSTEIN!!!!!" (Rammlied)
Estava dado o mote para o inicio do concerto de uma das minhas bandas de rock favoritas. Os Rammstein voltaram a incendiar o Pavilhão Atlântico no domingo à noite, assim diz Till Liendmann em"Rammlied" "a espera chegou ao fim"...
Uma entrada impressionante em jeito de celebração pela queda do muro de Berlim, machados destroem uma parede, formam-se buracos gigantes deixando aparecer uma luz muito intensa por de trás da silhueta de cada um deles. Ao centro, Till faz um recorte oval pelo qual entraria a "matar" de enorme avental em pele vermelha e luvas em latex preto, a sua boca emite uma luz à medida que se se abre para soltar a sua voz cavernosa ...
Divertidos, ousados e cheios de atitude vieram apresentar o novo álbum cujo single/vídeo é o mais atrevido de todos os tempos!!!
Ainda estou sob o efeito do head-bang a que fui submetida pela quarta vez, mas desta éramos 15.000, adrenalina pura, divertimento, gritos e risos, saltos, confétis e espuma lançados pelo canhão de formato fálico, Till desta vez afogou Flake numa banheira, mas este ressuscitou a tempo de dar o seu famoso passeio de barco insuflável pelo público, muitas chamas, luz, raios laser, fogo de artifício, e calor, bastante calor.
-------------- "O amor pode ser para todos", a sorte é que nem por isso...-----------------------
Perdi a oportunidade de estar com os seis incendiários a tomar uns copos numa espécie de armazém mesmo ao lado do P.A. até às 2 da manhã, mas o jovem Jonathan louco depois do seu 2º grande concerto tinha teste na manhã seguinte... Quando a minha amiga Sheila me ligou a gritar que tinha convites para "uma festa privada com os gajos pá!!!", não acreditei muito que fosse ser possível chegar-lhes perto com tanta gente, pensei que fosse daquelas confusões de sete cães a um osso, logo não me importei muito por não ir, pensei mal ...muito mal... Parece que foram distribuídos aleatoriamente convites, e a "labaredas enormes" estava no sítio certo na hora certa... " Opá vou-te arranjar um bilhete autografado!!!... a ti arranjo-te tudo gaja!!!!" gritava ela. E NÃO É QUE ME ARRANJOU MESMO??? Então não é que aquilo era coisa para umas 40 pessoas, um prato, um iPod, Kruspe a passar Depeche Mode, bebidas, autografos, conversas tu cá tu lá, aquela sacanita ficou com o mail do Kruspe, que é simpatizante do Sporting e que lhe contou que tinha estado a jantar com o Pauleta no dia anterior, o Flake estava perdido de bêbado e o Till... antipático! Mordi os dedos quando me contou... argh!
O vídeo " Pussy", já famoso pelo extremo arrojo, foi realizado nada mais nada menos por Jonas Akerlund ( Spun) não tem nada de diferente de um explícito filme xxx, que recorreu a duplos tal a ousadia da coisa...
Diz-se esse facto ter despertado muito mais curiosos e ter feito disparar as vendas dos bilhetes ...
Quando "trabalham" encarnam personagens , mas na "vida real" é giro desfolhar as trezentas e muitas páginas de Völkerball e constatar que são apenas homens com mulheres e filhos...
As letras de excelente qualidade parecem tiradas de romances de há séculos atrás, muitas vezes "ingénuas" mas cheias de poesia, uma boa dose de humor negro, romantismo q.b., e sátira... A voz de barítono de Till Lindemann transforma as canções numa ópera futurista, a sonoridade muito particular, a atitude e a pirotecnia que já são o cartão de visita da banda elevam os concertos a uma dimensão inigualável tornando-os inesquecíveis...
Abordam assuntos sérios (de maneira sui generis claro) insultam pedófilos, riem-se de "faits divers" como o do canibal de Rotemburgo, celebram muitíssimo a amizade e a união entre os membros da banda, Till com o seu aspecto assustador desfaz-se em sofrimento ao cantar "Mutter"( mãe), o tema " Man Gegen Man" fê-los ganhar muitos fãs gay pelo mundo inteiro, sexo é um tema sempre presente, resumindo falam abertamente do que muitos pensam às escondidas.
Em L.I.F.D, o já famoso "Pussy" é uma sátira ao turismo sexual e em "Wiener Blut" revoltam-se contra o incestuoso "monstro de Viena" Joseph Frietzl, em "Fruhling in Paris", cantam a primavera em Paris num refrão de Piaf "non rien de rien, non je ne regrette rien", no romântico "Liese" um assobio fantástico que aparece em três versões e não nos sai da cabeça, "Haificsh" faz-nos lembrar o início de um tema de Depeche Mode ou Soft Cell... Uma mistura de Rock Industrial, Progressivo, Heavy Metal, a percentagem de pesado com melódico é de igual para igual, algo inconfundível, que me viciou há muitos anos já.
A banda favorita de David Linch, já esclareceu várias vezes a sua posição política, para reforçar escreveram a canção " Links 2 3 4 " "o invejoso não o conhece bem, quer o meu coração noutro lugar, mas ele bate à esquerda". Emanuel Fialik, foi premiado em 2005 com o prémio para "melhor management de artistas" ( Pilgrim Mgmt.) agente e director criativo da banda há mais de dez anos, Richard Kruspe casou com uma mulher judia em cerimónia judaica...No México, país onde contam com o maior nº de fãs (que mereceram uma homenagem com " Te Quiero Puta") foi por eles ordenado um comunicado na rádio a proibir a entrada nos seus concertos a qualquer um que ostentasse algum símbolo alusivo ao neo-nazismo, pois anteriormente tivera sido avistado um jovem que entrara com uma cruz suástica na t.shirt.
Não encontrei imagens com qualidade deste concerto, então escolhi "Sehnsucht" ao vivo por ser do 1º álbum que tive deles...
4 comentários:
Foi sábado? Eu bem estranhei a multidão de negro pelas bandas do Vasco da Gama :)
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eheheeheh! foi domingo, deves ter avistado essa multidão no domingo não?
:) :)
Ora após ter sido consumida respeitavelmente pelas palavras vs som que emanam neste blog, do qual sou com muito elan protagonista, habitei uma vez mais num espetáculo que com sofrimento me tornara num cadaver humano, qual finado nao se erguia e apelava por uma doutrina: Rammstein!
A ti Amiga que és Grande cesso com um galardoar enorme... aquele beijo*
bj Labareda Enorme
labareda enorme: Muito me alegro pela satisfação causada pelo meu humilde relato lirico/musical, regozijo por lhe ter proporcionado tamanho deleite... porquanto me sinto na obrigação de reafirmar que tal apreciação se deve ao facto de eu não dar "pérolas a porcos" que a menina tem tudo de princesinha com bom gosto e nada de porquinha de muito mau berço. Como protagonista desse mesmo conto devo-lhe vénias pois se de pena e tinta necessito para escrever, muito mais de aventuras pois então... Sem mais delongas me despeço na esperança das minhas palavras terem feito justiça à sua mais que elaborada missiva. Continue a sentar-se na Cadeira com o seu elan e elegância, sua serva,
Sandra Simões
p.s. best regards to the most cute gladiator on earth.
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