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sexta-feira, 16 de maio de 2008

RESPOSTA

Hi friend,
Estou a responder-te finalmente, mas, olha que não sou como tu , tu escreves com pena e alma numa sintonia tresloucada, eu com uma caneta, sou somente o teu Max Brod, so you said ...
Guardo os rascunhos de um caderno testemunha de pensamentos desenfreados... Sou o guardião dos teus gritos silenciosos. Eu escrevo apenas...

O sal continua a arder-te nas feridas ? E o teu açúcar também desaparece com a chuva... e então? Tu és capaz de esquivar-te
bem das facas que te desafinaram a voz que eu sei... Pois, o próprio sol também te abandonou, mas sossega, nas terras de mr. River, algo melhor espera por ti, e não somente as marionetas te farão sorrir acredita, também mandas lá por aquelas bandas, ainda te devolvem a Brasileira para tua grande alegria verás !
Poupas-me assim o trabalho de roubar o tal instrumento de tortura lá no castelo da minha cidade... Com um Jack numa mão e um punhado de amigos na outra serás Corto, o marinheiro aventureiro e que parece sorrir sempre. Se quiseres, ( e é só quereres), serás o Yorke, Cave, Curtis, Constantine, Morpheus, mas sempre pagão de alma enorme e distribuidora.
A tua pena já quase não deve ter tinta a esta hora, o guerreiro frenético não pára dentro de ti e assim te vais despedindo da cidade alheia...
Caminhando contra a poeira, tens um traço sinuoso de lágrima de cada lado da cara, enxuga-as que já chega...Livra-te de te deixares de novo vampirizar, os pescoços estão caros, e é se queres a garrafa de Jack e os "cacahuetes" lá no Club Tropicana! O True Faith vai estar mais uma vez na ordem do dia ( é a minha favorita dos gajos como bem sabes ) mas gostava de viver ( e acho que tu também) à maneira do " Turn my way", claro, quem não gostaria?
Bem, amigo mantém firmes as tuas raízes seculares e não deixes cair nem uma folha do teu caderno...
Vai, vai lá ver as marionetas e depois conta-me como foi pode ser?

Até amanhã!

-I´m working!! Damn! For sake...!
"-Olha e esse ar todo a alastrar?
-Ok o ar, o ar, não precisamos dele para respirar?
- E se o partilharmos como ficamos?
-Respiramos a meias."



UM MANUSCRITO LARGADO AO VENTO


"Qual corredor escorregadio num vértice polar...Sirvo-me das minhas mãos para segurar o varão da escada, mas será que não é ele que me está a agarrar?
Encontro uma pessoa que me fala em pêssegos, laranjas e na essência da vida em si...

- Sonha... Sonha... Não dês SONHOS... SONHA...
Qual lagarto invertebrado com um pedaço de pão numa mão e um cigarro na outra, vou observando o seu estado sólido...
A pessoa magistral vai dizendo suavemente:
- Sei quem tu és, somos feitos da mesma bolha de água...
Escuto comboios a zumbirem e lembro-me de calcorrear rochedos visualizando o mar...
Lembro-me duma frase que perdura num desses rochedos desde final dos anos 30...
- Must catch the bus; I'm so fucking tired...
E de repente, o verde matinal percorre o meu pensamento de uma forma fugaz...
A pessoa continua a murmurar na minha mente:
- Sei quem és tu.... nascemos na mesma bolha de ar...
Levito qual monge tibetano numa grandiosidade imensa que me turva o olhar e mostra a minha pequenez diante do mundo, no qual achamo-nos quase DEUSES:
- One more on his life...
Vão dizendo dois velhos um para o outro...
Qual pardal ferido, entro num voo crescente sem encostar asas ao vento... A maré que me banhe...
Sinto o ar gélido no peito, continuo a ouvir a entidade suprema:
- Não te esqueças que eu sirvo as pessoas no essencial e nunca no supérfluo, mas adoro perder-me nos mundos que crio também..
Qual movimento perpétuo agarrado a uma guitarra, vou segurando a minha mala como se se tratasse da caixa de pandora...
A pessoa continua a dizer-me:
- Respira... Breathe in and out... Les rêves sont réeles.. RÊVE...
A pessoa está a olhar para mim e a observar os meus olhos com uma exactidão imensa e vai dizendo:
- Was wuenschst du in leben?
Eu lembro-me de nunca ter visto neve...
Lembro-me de sonhar com ideias concretas, mas o concreto pode ser muito obsoleto...
- Papel... Papel.. Papel... Qual caixa de fósforos desmesurada...
Vai balbuciando uma senhora de meia idade que passa ao de leve por mim...
- Sou uma celta que percorre mentes convulsas... Sou uma druída que entoa os seus preparativos para o meu interior...
Tenho uma casa pequena, but what the fuck, it's mine, isn't it?
E palavras borbulham num crescente innuendo de cores multiformes...
- Aiiiiiiiiiiiiiiiiii..Quem me dera caminhar como tu...
Vai balbuciando um rato para um gato...
De repente aparece uma tesoura que corta o papel e forma pequenos origami de sonho e sem interrogações ou exclamações, escuto isto em uníssono:
- Sou um grito, sou um CHORO, mas acima de tudo sou um RISO..."

FIM

Para ti

PENSAMENTOS E SENSAÇÕES


"Qual voz desbragada por facadas múltiplas que vai levando; o rouxinol vai se desmultiplicando num conto para crianças que não é somente uma mera lata desconectada...
O seu som é uniforme, linear e transparente...
Escrevo com uma estrutura cadente disforme, enquanto oiço zumbidos na minha cabeça e o meu coração vai-se desmultiplicando em mil pétalas das melhores flores campestres...
Observo-as estendidas sobre a relva que me vai acariciando como um borbulhar de inuendos em convulsão...
Percorro a Rua do Ouro com o olhar triste, mas contente ao mesmo tempo.

Vou até Santos para ver formas animadas num conceito total de marionetas que se prendem à minha infância e ao desejo de a encontrar para não a voltar a perder.
Entro nos domínios da Maçonaria misturados com poesia de Rimbaud, prosa de Jack London e contextos históricos infindáveis (até a lenda de Avalon vai sendo desmultiplicada).
Curioso sentir novamente Veneza na sua forma astuta e recordo-me de que os gatos lá são venerados devido ao facto de terem salvo a cidade da peste negra quando os ratos as traziam nos seus barcos.Viro marinheiro com o futuro por definir e com imensas sinas por revelar:
-O PRESENTE É O QUE TENHO, O FUTURO É O QUE SONHO, O PASSADO TENTO ESQUECER...
E entro nas livrarias à procura de mitos e do cheiro açucarado de trocadilhos constantes de fusões de cultura santificada ou mesmo de terra para cultivar (quase sendo parte do papel sem o ser num abraço eterno com o mesmo).
No domínio do SONHO vislumbro Saint Germain como um mortal fugaz, vou sentindo uma maça na minha boca rouca... (Esqueci-me FUCK I DON'T HAVE A FUCKING FAG).
Entro numa onda sinuosa de religião em decadência, pedindo ao Deus clemência na serra de Sintra (onde pernoitaram Lord Byron e o Christian Andersen).
Sonho contigo INVICTA e com o teu beijo imerso na minha face, será que sou um ex líbris teu ou és tu que me chamas sempre num pedido involuntário de ajuda ...?
A música entra no meu domínio estelar composto de objectos unificadores de parábolas consequentes. Lembro-me de clips que seguram papéis, canetas que não escrevem, de um administrativo sem caneta e cansado...
- Ai que a tua saúde mata-te, RAPAZ.
Qual eterno deambulador nos balões da hemisféria contextualizada vou lacrimejando sobre pedras:
- Was kann ich mache?
- Oú est l'oiseau qu'ira m'amener la oú je veut?
I need peace of mind and an united heart.
Sou um papel que se transforma em fumo ardente...
Vagueio e observo os olhares das pessoas em pleno Chiado...
Fito a chuva num crescendo emancipado...
Sei lá o que faço por aqui, será que busco ou busquei a minha identidade perdida ou será que percorro o meu destino já traçado?
A chuva cai sobre a minha cabeça e o pardal vai entoando um cântico concreto...
- Sou uma árvore que deu frutos..
- Sou uma pedra que chora...
- Sou um mero rouxinol sem corda...
E penso num amanhã nada ilusório, no qual quem me irá encantar, não serão músicas ou mulheres bonitas, mas sim bonecos que andam com a ajuda de outras mãos que os apoiam (a metáfora da infância nunca foi insolente).
And on dreams we live
And in words we parade
And images we create
Pois, e não é que eu tenho esse livro que me enviaste ?

Beijinhos para ti...

Marchand de sable n'oublie pas les rêves que doit amener:)"