sexta-feira, 16 de maio de 2008

PENSAMENTOS E SENSAÇÕES


"Qual voz desbragada por facadas múltiplas que vai levando; o rouxinol vai se desmultiplicando num conto para crianças que não é somente uma mera lata desconectada...
O seu som é uniforme, linear e transparente...
Escrevo com uma estrutura cadente disforme, enquanto oiço zumbidos na minha cabeça e o meu coração vai-se desmultiplicando em mil pétalas das melhores flores campestres...
Observo-as estendidas sobre a relva que me vai acariciando como um borbulhar de inuendos em convulsão...
Percorro a Rua do Ouro com o olhar triste, mas contente ao mesmo tempo.

Vou até Santos para ver formas animadas num conceito total de marionetas que se prendem à minha infância e ao desejo de a encontrar para não a voltar a perder.
Entro nos domínios da Maçonaria misturados com poesia de Rimbaud, prosa de Jack London e contextos históricos infindáveis (até a lenda de Avalon vai sendo desmultiplicada).
Curioso sentir novamente Veneza na sua forma astuta e recordo-me de que os gatos lá são venerados devido ao facto de terem salvo a cidade da peste negra quando os ratos as traziam nos seus barcos.Viro marinheiro com o futuro por definir e com imensas sinas por revelar:
-O PRESENTE É O QUE TENHO, O FUTURO É O QUE SONHO, O PASSADO TENTO ESQUECER...
E entro nas livrarias à procura de mitos e do cheiro açucarado de trocadilhos constantes de fusões de cultura santificada ou mesmo de terra para cultivar (quase sendo parte do papel sem o ser num abraço eterno com o mesmo).
No domínio do SONHO vislumbro Saint Germain como um mortal fugaz, vou sentindo uma maça na minha boca rouca... (Esqueci-me FUCK I DON'T HAVE A FUCKING FAG).
Entro numa onda sinuosa de religião em decadência, pedindo ao Deus clemência na serra de Sintra (onde pernoitaram Lord Byron e o Christian Andersen).
Sonho contigo INVICTA e com o teu beijo imerso na minha face, será que sou um ex líbris teu ou és tu que me chamas sempre num pedido involuntário de ajuda ...?
A música entra no meu domínio estelar composto de objectos unificadores de parábolas consequentes. Lembro-me de clips que seguram papéis, canetas que não escrevem, de um administrativo sem caneta e cansado...
- Ai que a tua saúde mata-te, RAPAZ.
Qual eterno deambulador nos balões da hemisféria contextualizada vou lacrimejando sobre pedras:
- Was kann ich mache?
- Oú est l'oiseau qu'ira m'amener la oú je veut?
I need peace of mind and an united heart.
Sou um papel que se transforma em fumo ardente...
Vagueio e observo os olhares das pessoas em pleno Chiado...
Fito a chuva num crescendo emancipado...
Sei lá o que faço por aqui, será que busco ou busquei a minha identidade perdida ou será que percorro o meu destino já traçado?
A chuva cai sobre a minha cabeça e o pardal vai entoando um cântico concreto...
- Sou uma árvore que deu frutos..
- Sou uma pedra que chora...
- Sou um mero rouxinol sem corda...
E penso num amanhã nada ilusório, no qual quem me irá encantar, não serão músicas ou mulheres bonitas, mas sim bonecos que andam com a ajuda de outras mãos que os apoiam (a metáfora da infância nunca foi insolente).
And on dreams we live
And in words we parade
And images we create
Pois, e não é que eu tenho esse livro que me enviaste ?

Beijinhos para ti...

Marchand de sable n'oublie pas les rêves que doit amener:)"

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