hoje fiquei contente com o teu telefonema (que posso eu dizer?). Fui escrever em papel para um café no bairro alto, imaginei o que Pessoa via naquele frenesim da sua cidade nos anos 30,
escrevi num caderno que tenho com o esboço do Pessoa.
À minha frente estava uma miúda muita gira e crianças que entravam e sorriam no café (já te disse que tenho 6 sobrinhos?) E estava eu a escrever um texto qualquer e a elaborar um conto engraçado com aquilo que estava a observar naquele café e com as ruas que Pessoa palmilhou como fundo e em papel! (se soubesses as saudades que tinha disto).
Eu sei lá porque é que te conto algumas das minhas vivências, deve ser empatia mesmo, como vês, vivo as coisas em grande sempre e também por isso é que te enviei umas animações e digo que a animação é a arte perfeita para mim (para crianças e adultos, ainda hoje sou fanático por Hans Christian Andersen).
Amanhã devo ir outra vez sozinho para a Boca do Inferno (um dos lugares que mais me fascinou nos últimos anos), parecia que estava na lua naquele rochedo a ver o mar, é assustador e magnífico ao mesmo tempo... You know it... Não foi à toa que o Aleister Crowley simulou lá o seu suicídio ficcionado pelo Pessoa... Sei que me sinto bem lá...
E assim continuo a passar os meus dias, a deambular sozinho pela baixa lisboeta a ver aquela vida de agora e a imaginar a de outrora...E adoro aquela zona do Chiado e do Bairro Alto, duvido que exista outra zona assim no país...
Ando a escrever um pouco mais em papel....(faz-me falta) e a ler menos, penso sempre: eu acho que consigo fazer melhor que isto (sem falsas modéstias:))
Enfim, vou tentar divertir-me assim sozinho em Lisboa até sábado ou domingo com recordações passadas ou presentes, mas trazer um pouco da magia dos lugares que percorro e imbuir- me deles para recordações posterioes (e com isso tenho tido enormes surpresas, umas vezes alegrias, outras tristezas, ou seja a vida em todo o seu esplendor) .
Já te tinha dito que adoro a tua voz?
Uma voz calma, serena e tranquila e sem sombra de dúvidas, adoro os trocadilhos que fazes com as palavras (o do pacote de açucar, ficou-me na cabeça hoje)."
Beijinhos
3 comentários:
E enquanto olho para palavras lavradas com açucar e com pouco sal...~
Lembro-me da ternura majestosa de meros guardanapos que serviam como veiculos eficazes de ideias em constante variação...
Que posso eu dizer ou fazer?
é um grao de areia mesmo, mas a areia molhada provoca sonhos (or so they say:))
Beijinhos
Pois é,já me esquecia da história do
Sandman,não a do Gaiman mas de quem me contou a lenda da areia e dos sonhos,o Marchand de Sable...O Sandman.
Um abraço meu amigo.
E envio palavras com letras aglutinadas como se fossem meros aviões de papeis num caleidoscópico inconsequente...
E recebes de uma forma deslumbrada uns meros poligrafos que escrevinharam pequenas letras lavradas (como um origami conceptualizado)
Se o bonsai fosse uma flor, a eternidade era um caminho perfeito..
From a grain of salt to a grain of sand..
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